Vida a minha,
Tanta, tão pouca...
Traduz-se
Numa simples corrida.
Eu sei que não posso
Parar ou desistir
Após a partida.
Porquê, te perguntas...
E eu te pergunto,
Irias tu desistir da tua vida?!
Mas deves saber, porém,
Que esta não é uma corrida qualquer,
Esta é uma corrida que leva,
É uma corrida que traz.
E ela nunca para,
É a eterna corrida pela paz...
É uma corrida de várias metas
E entre um ou outro momento feliz
Outro vem que não te apraz.
Mas vem, corre, não pares!!
As metas que esbarras são
A soma de quilómetros
No caminho da tua...
No final, tu sabes,
Há uma fonte que espera, só tua.
De uma água que irá
Saciar a tua alma nua.
Aí não é mais que vitória,
Coragem, triunfo e calma.
Aí será um teres a tua própria lua,
Será um teres a tua própria alma.
Joana
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Percursos
A rua é longa, enfim...
A rua é larga,
Mesmo da calçada estreita,
De ladrilho marfim.
Mas a rua,
A rua é de alcatrão,
A rua é grande, feita
De uma estranha circulação.
E tu cais do céu
De um veículo que não é nada.
Mão dada, lado a lado
Um descanço na madrugada.
Devias ter-me acordado,
Podias ter-me levado.
Mas seguiste caminho e eu,
Eu deixei-me na esquina
Onde acaba a calçada,
Ver-te seguir essa rua
Que se torna uma estrada.
Joana
A rua é larga,
Mesmo da calçada estreita,
De ladrilho marfim.
Mas a rua,
A rua é de alcatrão,
A rua é grande, feita
De uma estranha circulação.
E tu cais do céu
De um veículo que não é nada.
Mão dada, lado a lado
Um descanço na madrugada.
Devias ter-me acordado,
Podias ter-me levado.
Mas seguiste caminho e eu,
Eu deixei-me na esquina
Onde acaba a calçada,
Ver-te seguir essa rua
Que se torna uma estrada.
Joana
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Verdade, Valentia
É verdade,
É verdade
Que o mar rebenta na areia
E as folhas se agitam ao vento,
Que não existe sereia
Nem monstro nem tormento.
É verdade que os cães ladram
Nas ruas da minha aldeia,
E as aranhas apanham moscas
Nas filas da sua teia.
É verdade, para nós,
Que o Sol nasce nas montanhas
E se deita em ondas estranhas
E que o rio corre para a foz.
É tudo tão verdadeiro
Como o regozijo secreto
À mercê desse teu esgar
Saboroso e indiscreto.
Mas permanece incompleto
O breve beijo quebrado
Que foi em demais discreto
Nada erróneo,
Inacabado...
Joana
É verdade
Que o mar rebenta na areia
E as folhas se agitam ao vento,
Que não existe sereia
Nem monstro nem tormento.
É verdade que os cães ladram
Nas ruas da minha aldeia,
E as aranhas apanham moscas
Nas filas da sua teia.
É verdade, para nós,
Que o Sol nasce nas montanhas
E se deita em ondas estranhas
E que o rio corre para a foz.
É tudo tão verdadeiro
Como o regozijo secreto
À mercê desse teu esgar
Saboroso e indiscreto.
Mas permanece incompleto
O breve beijo quebrado
Que foi em demais discreto
Nada erróneo,
Inacabado...
Joana
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Balanço
Sobreiro uno em parte
Tens um embalo, uma arte,
O restolhar da folhagem
Ao vento,
Que traz ao canto do Gaio
Um novo alento,
Ao seu voo, outra coragem.
E trazes até mim o pôr-do-sol
Em nada urbano,
Em nada selvagem.
Levas para longe tristes
Murmúrios de outra imagem,
Brevemente...
Trazes sempre um novo dia
E a tua terra,
Que nos aconchega à noite,
É a mesma que nos alumia.
Ofertas, tão livre, esta miragem,
Onde a vida não acaba mais,
Charcos, Searas, a gente
E todos os teus iguais.
Generoso,
Guias-me nesta viagem,
Sem asas ou poderes sobrenaturais.
Levas-me pelas planícies no teu colo.
E na fugacidade de instantes,
Tão breves,
Estou em casa, estou aqui...
Joana
Tens um embalo, uma arte,
O restolhar da folhagem
Ao vento,
Que traz ao canto do Gaio
Um novo alento,
Ao seu voo, outra coragem.
E trazes até mim o pôr-do-sol
Em nada urbano,
Em nada selvagem.
Levas para longe tristes
Murmúrios de outra imagem,
Brevemente...
Trazes sempre um novo dia
E a tua terra,
Que nos aconchega à noite,
É a mesma que nos alumia.
Ofertas, tão livre, esta miragem,
Onde a vida não acaba mais,
Charcos, Searas, a gente
E todos os teus iguais.
Generoso,
Guias-me nesta viagem,
Sem asas ou poderes sobrenaturais.
Levas-me pelas planícies no teu colo.
E na fugacidade de instantes,
Tão breves,
Estou em casa, estou aqui...
Joana
domingo, 18 de julho de 2010
Lugar
Viagem vã
Viagem só
Viagem
Que deserta no peito
Nem um grão de areia
Cá dentro
Lugar tão estreito
Nem uma ponta de vento!
Foste coragem em mim
Por amor,
Por defeito!
Ficaste memória tão só
Por respeito,
Saudade, poema,
Sem despeito...
Joana
Viagem só
Viagem
Que deserta no peito
Nem um grão de areia
Cá dentro
Lugar tão estreito
Nem uma ponta de vento!
Foste coragem em mim
Por amor,
Por defeito!
Ficaste memória tão só
Por respeito,
Saudade, poema,
Sem despeito...
Joana
sábado, 19 de junho de 2010
Fome de Alma
Sinto um desejo carnal,
Que nem toda a carne mata.
Uma fome de toda a carne,
Que única a tua carne basta!
A minha carne espera tão só
Que felizes,
Outra fome se mate na tua
Enquanto a minha fome me mata.
Já comi céus e mares e terras,
Já comi plátanos e embondeiros,
Comi de todos aos molhos
E nada sacia esta fome,
Nada preenche os meus olhos.
Mãos atadas
A fome espera, sem calma,
Poder um dia matar-se de novo,
De carne e Alma!
De carne
E Alma...
Joana
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Sonhar
Havia um tempo
Em que eras tu e eu
E mais ninguém
No mundo todo...
Hoje és tu e alguém
E o nós morreu,
Tudo o mais está morto.
O amor que tanto fizemos;
O carinho, a ternura,
A paixão que praticamos;
Os sonhos, os planos,
Todas as metas que traçamos;
Tudo o que não planeamos
Eu tento ir enterrando.
Todos os dias, em todas as horas.
E o esforço é tão maior
Quanto mais cheia está
Essa cova, buraco, vazio,
Tão simples de se escavar,
Me parecia...
E nem no sono,
Luta inglória,
Me dás paz!
Como um morto
Que se ergue da tumba
Assombra-me os
Sonhos mais belos,
Nem sei bem,
Serão pesadelos?
Oh, Deus alheio!
Não quero a guarda
Da tua sombra
Enquanto durmo.
Nem quero sonhos belos,
Nem desses teus pesadelos...
Joana
Em que eras tu e eu
E mais ninguém
No mundo todo...
Hoje és tu e alguém
E o nós morreu,
Tudo o mais está morto.
O amor que tanto fizemos;
O carinho, a ternura,
A paixão que praticamos;
Os sonhos, os planos,
Todas as metas que traçamos;
Tudo o que não planeamos
Eu tento ir enterrando.
Todos os dias, em todas as horas.
E o esforço é tão maior
Quanto mais cheia está
Essa cova, buraco, vazio,
Tão simples de se escavar,
Me parecia...
E nem no sono,
Luta inglória,
Me dás paz!
Como um morto
Que se ergue da tumba
Assombra-me os
Sonhos mais belos,
Nem sei bem,
Serão pesadelos?
Oh, Deus alheio!
Não quero a guarda
Da tua sombra
Enquanto durmo.
Nem quero sonhos belos,
Nem desses teus pesadelos...
Joana
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