quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Balanço

Sobreiro uno em parte
Tens um embalo, uma arte,
O restolhar da folhagem
Ao vento,
Que traz ao canto do Gaio
Um novo alento,
Ao seu voo, outra coragem.
E trazes até mim o pôr-do-sol
Em nada urbano,
Em nada selvagem.
Levas para longe tristes
Murmúrios de outra imagem,
Brevemente...
Trazes sempre um novo dia
E a tua terra,
Que nos aconchega à noite,
É a mesma que nos alumia.
Ofertas, tão livre, esta miragem,
Onde a vida não acaba mais,
Charcos, Searas, a gente
E todos os teus iguais.
Generoso,
Guias-me nesta viagem,
Sem asas ou poderes sobrenaturais.
Levas-me pelas planícies no teu colo.
E na fugacidade de instantes,
Tão breves,
Estou em casa, estou aqui...

Joana