quarta-feira, 19 de maio de 2010

Sonhar

Havia um tempo
Em que eras tu e eu
E mais ninguém
No mundo todo...

Hoje és tu e alguém
E o nós morreu,
Tudo o mais está morto.
O amor que tanto fizemos;
O carinho, a ternura,
A paixão que praticamos;
Os sonhos, os planos,
Todas as metas que traçamos;
Tudo o que não planeamos
Eu tento ir enterrando.
Todos os dias, em todas as horas.
E o esforço é tão maior
Quanto mais cheia está
Essa cova, buraco, vazio,
Tão simples de se escavar,
Me parecia...

E nem no sono,
Luta inglória,
Me dás paz!
Como um morto
Que se ergue da tumba
Assombra-me os
Sonhos mais belos,
Nem sei bem,
Serão pesadelos?

Oh, Deus alheio!
Não quero a guarda
Da tua sombra
Enquanto durmo.
Nem quero sonhos belos,
Nem desses teus pesadelos...

Joana

domingo, 16 de maio de 2010

Cansaço

Há um cansaço em mim
De tantas vezezs percorrer
Cada lugar onde me levas.
Já sem ti...

Não por fora, por dentro.

Cansaço de buscar o
Que me falta, quando
Há muito te perdi...
Que nenhum sono mata.
Que aumenta cada vez
Que durmo, poque sonho,
Porque penso em ti...

E então caminho,
Por vezes corro.
Mas é etéreo o espírito
Ficam a alma e o peito,
No que vivi ou não vivi.
E é de pedra o coração
Que chora, porque viu
E sentiu o que eu vi...

Joana

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Vem

Quero-te e não te quero
Não contenhas o meu desejo
A desmesura no meu beijo.

Desfaz esta parede
Que se ergue e dá-me
As rédeas que te contêm
Mostra-me o que te apraz
Fica, guia-me ao que
Mais me deleita, satisfaz
E terás de mim isto
Dar-te-ei o pão, a carne, a paz...

Vem para mim, por favor,
Não fiques aí, onde estás...

Joana